Seminário de Pesquisa Discente em Teoria Literária e Literatura Comparada
Com o objetivo de incentivar o debate acadêmico entre os pós-graduandos e de apresentar suas pesquisas a um público mais amplo, o Programa de Pós-graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada realiza anualmente um seminário de pesquisa discente, organizado por uma comissão de alunos e um professor do programa. Além de propiciar uma maior interlocução no âmbito do programa, as várias edições desse evento têm mostrado que os diálogos entre os participantes e o público, bem como a mediação dos debatedores convidados podem contribuir significativamente para o desenvolvimento dos trabalhos.
O seminário tem mantido uma mesma estrutura, passível, no entanto, de mudanças quando necessário. Escolhe-se um tema, ou obra, ou intelectual a serem celebrados na abertura e encerramento do evento, que são homenageados por meio de palestras de escritores ou professores convidados. Professores de reconhecido mérito na área da literatura apresentam também conferências durante o evento. Pós-graduandos e egressos do Programa apresentam suas pesquisas em mesas temáticas, compostas por três ou quatro integrantes, e contando ao final com o comentário de um debatedor. No ano de 2024, foi instituída também uma roda de conversa com nossos egressos, para que compartilhem suas experiências após a passagem pelo Programa. Neste mesmo ano, o Seminário lançou sua primeira edição Internacional, com dois convidados estrangeiros.
Para participar, basta que os alunos ou egressos do Programa se inscrevam pela internet. Os resumos enviados no processo de inscrição são disponibilizados com antecedência no site do departamento para que o público possa acessá-lo.

*Pedimos às pessoas interessadas que leiam atentamente as informações abaixo.*
XIV Seminário Nacional do Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada
Mapas e Margens da Literatura
Proposta temática: A partir de uma perspectiva sancionada por robusta tradição – tradição comumente associada a esta Faculdade –, é estreita a relação entre a literatura nacional, brasileira, tomada como sistema, e o processo de institucionalização do país. Nos joelhos do tripé autor-obra-público, a partir do qual se dá o estabelecimento e a continuidade de uma tradição literária, estão os mediadores que determinam as condições de recepção e circulação – mídia, mercado editorial, sistema educacional (dentro do qual, é claro, a Universidade), entre outros. Se nosso eminente crítico pôde cravar a literatura brasileira como formada entre os séculos XVIII ao XIX; e se pudemos ver ao longo do século XX uma riquíssima produção literária, de qualidade estética (quase) unânime, na qual a crítica literária brasileira se debruçou contente; hoje não raro se ouve, pelas esquinas, salas e arredores do Edifício Antonio Candido – bem como frequentemente se pode ler no jornal –, que a literatura está em processo de falência (se não, dizem, já falida).
Ao mesmo tempo, não deixa de nos acometer a impressão de que floresce a circulação de livros entre diferentes contextos culturais, ou seja, de que crescem tanto a oferta de quanto a demanda por obras produzidas fora dos eixos tradicionalmente dominados por uma dita elite cultural e obras que fogem aos critérios estéticos reproduzidos, às vezes apenas tacitamente, em nossos cursos. Soma-se a isso o fato de que as noções de literatura nacional — ou de nacionalidades múltiplas — já não se sustentam sem fissuras, e as fronteiras se revelam móveis, nômades, ou em disputa.
Reconhecer a falência parece-nos infecundo. Escolhemos pensar que, se hoje circulação e legitimação da literatura seguem mediadas pelo mercado literário e pelas mesmas instituições, há também novos agentes e novos discursos que tensionam o quadro – assim há de ser, se a realidade está também tensionada por novos desafios. Entre o afã de lidar, de forma justa, com os espólios da colonização, da escravatura, da ditadura, e responder às ondas da maré global de autoritarismo e à mercantilização geral da cultura, a Universidade reitera-se como campo de batalha (vocação que se revela com mais contundência em tempos sombrios). No que cabe a nós, do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada, consideramos urgente que os espaços de diálogo produtivo sejam fortalecidos. Nossos corpos docente e discente apresentam uma arquipelágica diversidade de objetos e modos de pensar e ler a literatura; mais uma razão para mapeá-la, conhecer o fio de suas margens.
A metáfora tem lastro concreto: a demanda pelo reconhecimento da margem como lugar de enunciação, de um lado, e a resistência dos limites já mapeados, de outro, são análogas às condições materiais da contemporaneidade. Há a internet, que torna tudo e todos imediatamente disponíveis, com efeitos drásticos nos sujeitos e na esfera pública; há as crises migratórias, que desvelam o enorme poder institucional das exclusões historicamente postas; há os modos vigentes, antigos e originais, de uso, expropriação, exploração dos territórios (de modo que sejam apagados ou renovados os mecanismos colonizatórios); há, mesmo, a emergência de uma literatura que contesta o cânone estabelecido, levando-nos a considerar se há, no mundo, centros fixos. Nas ex-colônias, por exemplo, escrever é lidar com uma língua herdada, simultaneamente marca de subordinação e espaço de reinvenção. Nesse embate, as literaturas locais transformam a língua, criando repertórios que escapam tanto ao nacionalismo fechado quanto a uma cosmopolitização ingênua.
Assumir a metáfora mapa/margem é assumir o espaço no qual se tensionam produção artística, produção intelectual, noções como centro/periferia, memória nacional, hegemonias globais, experiências pós-coloniais, etc. A crítica se vê, então, desafiada a rever seus modos de operação. Nessa busca, talvez nos caiba multiplicar abordagens, arriscar hipóteses provisórias, atravessar fronteiras disciplinares.
É nesse horizonte que se inscreve a homenagem a Conceição Evaristo neste XIV Seminário Nacional do Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada. Trata-se de um momento histórico, tanto para o reconhecimento da trajetória da autora, já consagrada, quanto para o Departamento, que se enriquece ao celebrá-la em diálogo com seus aportes literários e teóricos.

SITE DO EVENTO: https://sites.google.com/view/seminariodtllc
MESAS DOS CONVIDADOS: https://sites.google.com/view/seminariodtllc/mesas-de-convidados
RESUMO DAS MESAS: https://sites.google.com/view/seminariodtllc/mesas-de-alunos-e-egressos
- Em caso de dúvidas, por favor, entre em contato com a Comissão Organizadora por meio do e-mail: seminarioppgtllc@
gmail.com.
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2015 - VII Seminário do Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada
2015 - VI Seminário do Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada
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2014 - V Seminário do Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada
2013 - IV Seminário do Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada
Caderno de Resumos e Programação
2012 - III Seminário do Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada